Prefiro evitar a fadiga

Não, eu não me importo se eu ligo e não atendem. Não me importo se mando uma mensagem e não respondem. Desde aquelas que levei 3 horas escolhendo palavras para enviar duas linhas – e recebi “risos” como resposta, e nem era engraçado – , até às mais ignóbeis. Não me importo se dei muita atenção a algo que só me trouxe frustração. Às vezes até acho que a vida é uma merda, e que pena que o mundo não gira em volta do meu umbigo, mas… prefiro evitar a fadiga.

Não destrato atendentes imbecis. Aliás, não destrato imbecis no geral. Não pela minha superioridade intelectual, não porque sou cristã, não porque sou paciente. Apenas prefiro evitar a fadiga. Em tempo: infelizmente nem sempre dá para falar o que se tem vontade… Mas, se você falar primeiro, eu topo.

Ponto de vista. Não faça como eu: não tente defender, porque é a maior perda de tempo de todos os tempos. Ninguém muda de opinião. Ninguém muda o comportamento. Ninguém muda. Aliás, eu não mudo.

Jamais sou mal educada. Nem em dias quentes. Pode ser que um dia eu não consiga medir as palavras, como de costume. Pode ser que um dia eu seja direta ao invés de dizer que seu ponto de vista é interessante. Pode ser que eu já tenha usado todas as palavras educadas do meu limitado vocabulário, e que a vida só tenha te ensinado a ouvir na porrada. Mas, sinceramente, eu prefiro evitar a fadiga.

Babaquice. Contando que não me inclua, tô só observando. Chato é que todo babaca gosta de atenção.

Sabe, eu tenho muita conta para pagar. Muita. Por três motivos: primeiro, porque sou descontrolada. Segundo, porque eu acho que sou milionária e essa sensação nasceu comigo. Terceiro, porque eu realmente preciso. Então, enquanto alguém não responde uma mensagem, não me atende, me trata mal ou fica de babaquice, eu estou recebendo uma conta para pagar. Só nesta frase já foram quatro. ISSO me consome.

Em resumo, tento fazer da minha vida um extrato simplificado. Só presto atenção no saldo. Fiz essa analogia ontem no boteco. Sei que vocês perceberam… Mas, me achei muito inteligente.

No entanto, há os dias que por mais que eu tente não compactuar com o caos que a gente costuma ser, não dá certo. Sabe por quê? Porque, infelizmente, eu não sou imune. Impossível não se importar por tanto tempo com aquilo que me agride. Por mais que eu tente varrer o lixo, ele existe. Por isso, evite ser um imbecil, mal educado, babaca e insensível perto de mim. Me dá aí uns quinze dias. Não ando evitando a fadiga.

Prozaquiando

Normalmente, pessoas que usam algum tipo de medicação controlada, não gostam de assumir o fato. Primeiro, por uma questão de privacidade. Segundo, porque não querem ficar expostas ao preconceito. Pensando bem, não é um bom cartão de visitas.

Uma vez, uma amiga me disse que preferiu não se envolver com um homem que lhe confessou ser depressivo e fazia tratamento. Charmoso não é. Parece atestado de problema. Você olha para trás e vê toda qualidade de homem-problema que passou pela sua vida, e agora um depressivo assumido? Ok, não parece uma boa ideia, mas, apesar de não saber do contexto, arrisco um palpite.

Particularmente, não me aborreço com supostos julgamentos. Não faz parte do meu currículo, nem diria numa entrevista de emprego, mas, em algum momento apropriado, não me importo em expor aos amigos minha condição de ansiosa, depressiva AND medicada. Não sei o que pensam a respeito, no entanto, se fosse eu a ouvinte, talvez não lhes levasse muito a sério. Eu e meu preconceito, claro.

Daí que lembrei que não há UMA pessoa que eu conheça que seja “normal”. Aliás, ninguém sabe o que é isso. Todas se descontrolam, brigam, choram, são bipolares (palavra na moda) e infernizam a vida de alguém, mesmo com todo amor do mundo. “Eu não”. Mas, nem eu. Todavia, quando olho para trás e vejo a quantidade de homens loucos que passaram pela minha vida, pensando bem, por que eu me assustaria justamente com aquele que se trata? Quando um homem me chama de louca, por impulso, primeiro mando que entre na fila. Mas, logo depois lhe asseguro que de todas as outras loucas que passaram por sua existência, sou a única medicada. E mais: o suficiente para saber que o “louco” da relação é ele, que não se trata. Claro que não dá certo. A louca com atestado sou eu.

No meu trabalho é algo comum. A maioria dos problemas físicos que tive (e os que aparecem) tem relação direta com minha profissão. No gastro, no cardiologista, no ortopedista… a primeira pergunta: “Em que você trabalha?”. “Sou professora”. “Huuumm, entendi”. Nem preciso revelar os sintomas para o tratamento. No psiquiatra não seria diferente. Professores, bancários e guardas de trânsito são campeões em medicação controlada. Sabia não? Pois é.

Tudo isso não se trata só da sua relação com o outro. Você não está se adaptando ou buscado um aprimoramento social. É muito mais a relação que você tem com você mesmo. As pequenas coisas permanecem pequenas. Chega de tempestades de copos d’água. Chega de se sentir tão agredida pela ignorância alheia. Chega de agredir as pessoas com a sua ignorância. Chega de se sentir mal por, talvez, ser diferente.

Óbvio que meu organismo já se habituou com a medicação, e a falta dele me faz mal tanto quanto qualquer tipo de abstinência, inclusive da Coca-cola. O que deve se ter em mente é que não existe pílula da felicidade. A gente precisa só de um freio para as emoções da gente que estão desgovernadas.

Hoje em dia meus alunos gostam de mim. Nunca achei que isso seria possível. Minhas relações sociais diminuíram, mas é só um reflexo acentuado de uma característica minha, algo que também não tive problema em me permitir. Passei a gostar um pouco mais de quem eu gostava de menos, e um pouco menos de quem eu gostava demais.

Não sou o melhor exemplo e nem sirvo de regra pra coisa alguma. Mas se, no fundo, você acha que precisa de ajuda emocional, passe por cima dos seus próprios preconceitos. Você encontrará ajuda, não pra ser assim como eu. Você vai encontrar ajuda para o tão sonhado desafio de ser apenas você.

101 coisas em 1001 dias

Eu gosto muito das ideias da frozinha Biessa, e achei muito legal fazer uma listinha de metas. Tudo bem que deu um trabalho danado pra fazer. Tudo bem que essas “listinhas de ano novo” são todas promessas que gostaríamos de cumprir, mas nunca será. BUT, é tanta coisa possível e importante, que mesmo que não se cumpra tudo, vai valer a pena tudo o que der certo. Então, vamulá:

101 coisas em 1001 dias
Início: 07/01/2014
Término: 03/10/2016

Status:
– itens realizados
– itens em andamento
– itens não realizados/desistência/mudei de ideia

Família/casa
1.       Faxineira 1x por semana.
2.       Castrar Lisa. (minha gatinha)
3.       Não deixar livros/folhas de prova/trabalhos acumulados espalhados pela mesa da sala.
4.       Cozinhar para os amigos.
5.       Jantar com os primos, pelo menos, 2x por ano.
6.       Comprar um sofá confortável.
7.       Mudar para um apartamento.
8.       Comprar uma cama nova pra Marina.
9.       Comprar uma cama nova pra mim.
10.   Comprar uma Apple TV.
11.   Trocar meu Iphone por um modelo mais novo.
12.   Comprar uma luminária style para colocar ao lado da minha cama.
13.   Encher a parede do meu quarto com fotos.
14.   Comprar mais prateleiras, inclusive para o box.
15.   Comprar um computador para Marina.
16.   Tentar convencer Marina que o quarto dela é mais legal que o meu.
17.   Tentar convencer Marina que a cama dela é melhor que a minha.
18.   Comprar uma escrivaninha para Marina.

Saúde/beleza
19.   Manter o cabelo curto. SIM!
20.   Emagrecer, pelo menos, 5 kg. (Engordei 20 kg quando engravidei. Perdi 10 depois q minha filha nasceu. Se eu conseguir perder 5, ficarei feliz da vida! Tento, preguiçosamente, há quase 7 anos)
21.   Parar de procurar o dentista só em caso de emergência.
22.   Ter uma alimentação mais saudável.
23.   Praticar alguma atividade física que não envolva puxar/levantar pesos.
24.   Fazer uma tatuagem no pé.
25.   Ir mais vezes à praia.
26.   Comprar mais acessórios “moda praia”.
27.   Investir mais em maquiagem.
28.   Parar com a preguiça de me maquiar.
29.   Ter o hábito de levar batom na bolsa.
30.   Parar de fazer sobrancelhas em casa.
31.   Voltar ao oftalmologista.
32.   Fazer óculos novos.
33.   Comprar cremes anti-age, principalmente para área dos olhos.
34.   Tomar mais sucos.
35. Tomar menos Coca-cola
36.   Procurar algo (médico/dieta/atividade física) que ACABE com minha dor na coluna.
37.   Parar com a preguiça de fazer saladas.
38.   Comer menos frituras.
39.   Voltar a fazer terapia.
40.   Pagar um plano de saúde pra mim.
41.   Apaixonar-se.
42.   Beber mais água.
43.   Não acordar tarde, mesmo nas férias/feriados.

Vida intelectual
44.   Fazer uma pós.
45.   Assistir a mais filmes “estrangeiros”.
46.   Ler, pelo menos, um livro por mês.
47.   Conseguir criar um grupo de leitura. Com direito a cafezinho à tarde.
48.   Criar uma oficina de escritores com meus alunos.
49.   Escrever, pelo menos, 1 vez por mês no meu blog pessoal.

Organização
50.   Organizar as fotos de Marina, desde que eu estava grávida.
51.   Revelar todas as fotos organizadas.
52.   Criar um álbum com tais fotos.
53.   Comprar algum “porta sabão em pó”, porque a caixa de papel fica molenga.
54.   Comprar um pote grande para guardar ração de gato.
55.   Preciso de alguma coisa também para guardar temperos!

Dinheiro
56.   Encontrar um lugar pra morar onde a relação custoXbenefício seja perfeita.
57.   Poupar dinheiro mensalmente.
58.   Dar prioridade ao necessário.
59.   Diminuir com o delivery.
60.   ECOMONIZAR LUZ!
61.   Cancelar 90% dos e-mails cheios de promoções imperdíveis.
62.   Parar com essa mania de achar que preciso de TUDO ao mesmo tempo agora.
63.   Voltar a juntar moedas no cofrinho

Lazer/viagens
64.   Levar minha filha pra andar de avião.
65.   Conhecer Foz do Iguaçu.
66.   Ir pra SP para levar Marina ao show do One Direction, aproveitar e conhecer azamiga tudo.
67.   Comer num restaurante delicioso, ir a um centro cultural e ir pra night paulista. Tudo em um dia só!
68.   Fazer uma trilha nível LEVÍSSIMO.
69.   Tirar passaporte. (meu e de Marina)
70.   Providenciar a carteira de identidade de Marina.
71.   Fazer uma viagem internacional com Marina. (Qualquer uma)
72.  Conhecer Ilha Grande.
73.   Ir ao Cristo Redendor.
74.   Conhecer Curitiba NO INVERNO.
75.   Levar Marina para conhecer a neve!
76.   Levar Marina para nadar com peixinhos!
77.   Aproveitar feriados para fazer absolutamente nada.
78.   Ir ao cinema que não seja para assistir a filmes infantis.
79.   Não desistir de assistir aos episódios de Modern family, porque ADORO, mas esqueço.
80.   Conhecer o MAR (Museu de Arte do Rio).
81.   Ir ao teatro. Acho que não vou há uns 10 anos.
82.   Tomar banho de cachoeira.
83.  Ir ali em Paquetá.

Diversos
84.   Escrever outro livro.
85.   Ter mais vasos de flores em casa.
86.   Comprar um abridor de vinhos.
87.   Experimentar mais vinhos.
88.   Experimentar comida japonesa. (uma que dê certo)
89.   Experimentar segredo 1.
90.   Praticar mais segredo 2.
91.   Segredo 3 sempre!
92.   Caso faça uma trilha, comprar um tênis bom pra isso. Coluna agradece.
93.   Lembrar de fazer alongamento todos os dias antes de sair pra trabalhar.
94.   Ler mais livros de autoajuda. (eu gosto)
95.   Ler/ouvir mais noticiários.
96.   Fazer um piquenique!
97.   Parar de comer podreiras na hora do recreio!
98.   Não me acomodar, em qualquer área da minha vida.
99.   Renovar a minha fé.
100.Socializar mais com amigas(os) de trabalho.
101.  Atualizar a lista a cada conquista. ;-)

Sobre a Lei do Retorno

Se existe alguma coisa que faço bem é refletir sobre a minha vida, principalmente na hora de dormir. Você, que tem insônia, sabe do que estou falando. E nessas infindas reflexões, sempre há o momento “o que fiz para merecer isso?”, “como assim a gente colhe o que a gente planta?”, “como que nasceu uma vaca desse ovo?”.

Aí, a gente vai pras redes sociais e tem um monte de gente boa dialogando cazinimiga. Não há nada mais pavoroso do que “tudo que me desejas, te desejo em dobro”. Claro que o recado foi pro suposto recalque que tem inveja de sua vida abençoada por Deus. Ou seja, enquanto o recalque quer que você tenha uma dor de dente bacana ou morra, tomara que ela morra também, mas, sei lá, eletrocutada. Bem feito. Deus está contigo.

Aliás, Renato Russo já dizia que “Deus está do lado de quem vai vencer”. Acho a frase reflexiva, e talvez seja um ótimo tema para redação, mas eu não tô entendendo essa bagunça. Por que Deus prefere você? Por que Ele me daria uma casa e tiraria a do vizinho? Por que você acha que Deus é seu amigão e te dá preferência? Por causa da sua fé? Por causa da sua religião? Você é melhor que o outro em que parte? Não faz mal a ninguém? Nunca matou? Nunca roubou? Não cobiça nada do próximo?

Particularmente, vejo Deus como um amigo. Alguém que preciso conversar, porque sei que minhas palavras mal explicadas são bem traduzidas pelo meu coração. E acredito que seja isso que nos aproxime. Não acho que Ele me dê preferência em coisa alguma, e, às vezes, até reclamo disso. Ele nunca me dá nada que eu peço. MUITO difícil. Mas Ele me dá muitas outras coisas que eu nunca tinha imaginado que precisava. E sou muito agradecida pelo que não sei pedir.

Juntando tudo, cheguei a conclusão que a tão famosa Lei do Retorno funciona de forma completamente diferente do que eu vinha refletindo esses anos todos. Essa lei existe, com toda conspiração do universo. Tudo que você dá, você recebe de volta, mas preste atenção ao detalhe: você só recebe de volta TUDO que você NÃO SABE que está oferecendo.

Finalizo o ano de 2013 com a mais perfeita certeza do que estou dizendo. Muitos casais reclamam sobre a desigualdade do que é dado e recebido. Muita gente não faz com o outro, porque não gostaria que fosse feito com ele mesmo. A teoria é boa, mas vão pegar seu namorado, mesmo que você não pegue o de ninguém. Vão te desejar mal, mesmo que você não deseje a ninguém. Vão te roubar. Vão te machucar. Vão te ofender. Vão qualquer coisa que você nunca tenha feito. Da mesma forma que dar dinheiro/qualquer coisa a quem precisa, não te abre uma caderneta de poupança celestial. Ajudar, ser honesto, humilde, generoso etc., não é investir no seu futuro. Tentar ser uma pessoa melhor a cada dia é maravilhoso, edificante, mas não dá estrelinha no céu.

Na semana de Natal, comprando presentes, escolhi para minhas cunhadas uma sandália de dedo, estilo Havaianas, mas com lacinhos. Achei LINDAS. Quis comprar uma pra mim, mas não dava ($$$$), porque eu tinha outros compromissos. Daí, que ontem fui encontrar uma amiga queriiiiida demais, e ela resolveu me fazer uma surpresa, de uma piada antiga entre nós e me deu um presente. Era uma sandália de lacinhos! Ri demais! Não só pela piada, mas ela nem imaginava que era uma daquela mesmo que eu queria e não deu pra comprar! E foi ela, de tão longe, que trouxe pra mim.

Nada disso se trata de sandálias que dei e recebi. Aliás, você, que é inteligente, sabe disso. Em 2013 eu tive vários exemplos de que a gente não sabe absolutamente nada sobre o coração das pessoas. Nem adianta desejar bem prazinimiga tudo. Não é dando que se recebe. A gente não colhe o que a gente planta. Várias vezes já plantei alface, mas fui lá ajudar a colher laranja. Voltei e minha alface estava toda estragada. QUE PORRA! Você aí da laranja pode não ter se sensibilizado ou não soube ou não tinha mais laranja, whatever. Eu planto tudo de novo, dá um trabalho danado, mas na minha porta vai aparecer o outro lá que plantou qualquer outra coisa e veio me dar porque lá estava sobrando ou só pela gentileza.

2013 não foi um ano perfeito, mas foi um ano bacana. Não saberia dizer o que seria um ano exatamente perfeito, além do fato de poder dar conta de tudo que podemos fazer.

Não sou de reclamar muito com Deus, não, mas tem dia que “Não é possível que o Senhor não esteja vendo isso!”. Daí que Ele deve pensar o mesmo de mim. Ainda bem que entende que é difícil isso de ler em linhas tortas, né? Porque, OLHA. Tem dia que tá puxado.

Que fique bem claro que este post não tem compromisso algum com a verdade. Acredita no que eu digo quem quiser.

Que venha 2014, cheios de coisas (boas!) que eu não sei, não quero saber, e tenho raiva de quem sabe.

Dezembro, seu lindo

161840581Ah, como adoro dezembro. É o mês da esperança, das férias, da família, do amor. É o mês que traz de volta a sensação de poder recomeçar, corrigindo nossos erros e aguardando novas oportunidades. É o mês que, de repente, somos preenchidos pela necessidade de ser solidários, de perdoar, ou quem sabe, SE perdoar.

A pergunta enigmática é: por que somos arrebatados por toda essa bondade, sensibilidade, apenas nessa época tão comercial do ano? Como uma boa consumista, sou facilmente convencida de que todas as pessoas que amo merecem um presente especial, principalmente eu. A gente gasta rios de dinheiro, inclusive o que não tem, para se sentir mais feliz e em harmonia com o mundo. Um plano friamente calculado.

Mas, cá entre nós, na boa: ainda bem. Ainda bem que existe, pelo menos, uma época do ano que traz nossa crise existencial à tona. O mundo vai continuar o mesmo com ou sem o Natal/Ano Novo, mas não nos permitimos terminar o ano com uma tarefa inacabada. Como terminar o ano sem encontrar aqueles amigos queridos? Ora, tivemos o ano inteiro, por que a pressa agora? Para mim, sinceramente, não importa o porquê. Eu só consigo dar graças a Deus que existe o compromisso inadiável de estar perto de quem a gente ama.

Todavia, fechamos mais um ciclo e abrimos outro. O ano foi ruim? Abrace seus amigos, seus filhos, sua família. Vambora renovar as forças para tirar as pedras do caminho, sacudir a poeira e dar a volta por cima. Não foi isso que nos ensinaram? E se o ano foi bom, sim, abrace seus amigos, seus filhos, sua família. Vambora ser mais feliz! E, em todos os casos, anote o número do meu telefone, porque ser feliz e andar para frente é tudo que desejo em qualquer época do ano.

Ai, como estou Polyana. Aproveitem, porque é só em dezembro.

A tradição nos ensina que Cristo veio ao mundo para nos mostrar como amar ao próximo. Porque, a gente sabe que não é nada fácil, principalmente quando se trata de muitos próximos. Em minha defesa, apesar de não amar tantos próximos, os que amo têm de mim tudo que meu coração pode lhes dar. Ou quase isso.

Que dezembro nos contagie o ano inteiro. Que o amor seja sempre o motivo e renove nossas esperanças.
Um feliz Natal para você, para toda sua família, e todo amor que houver nessa vida para nós.

Um dia frio, um bom lugar pra ler um livro…

Nos relacionamentos sempre existem um divisor de águas. Digo, para a mulher, sempre vai existir aquele homem que é referência em sua vida, independente do que sobrou dessa relação. Particularmente tenho alguém que é referência TOP para todos os assuntos ruins. E isso nem tem a ver com gostar dele mais do que tudo no universo. Não sei por que motivo, ninguém foi tão prejudicial à minha saúde emocional quanto ele. No entanto, nada mais no mundo parece ser tão perfeito quando o assunto é sexo.

Não sei qual é a fórmula. Não sei por que tudo parece tão harmonioso. Nenhum outro corpo se encaixa tão perfeitamente ao seu. Não sei se é o universo conspirando. Não sei se é karma. Não sei se é intimidade. Não sei se é química… Mas, sempre tenho a sensação que está faltando alguma coisa quando estou com outra pessoa.

Outro dia eu estava meio decepcionada. Um fulaninho que veio aqui. Desde então prometi a mim mesma que nunca mais traria alguém à minha casa, já que não tenho a opção de ir embora. Ele era ótimo, me diverti a beça, mas… Nada mais que um colega divertido. A noite foi longa… No outro dia eu estava com aquela sensação estranha de que tudo foi mais ou menos e que fiz parte do meu pior pesadelo: dormir mal, com um “estranho” que tomou conta da minha cama e da minha coberta. E, porra, não tinha nem o cheiro gostoso. Uó. Vamos virar essa página, por favor.

No entanto, num dia frio, num bom lugar para ler um livro, alguém chamou minha atenção. Aliás, alguém que sempre chamou minha atenção. Alguma coisa nele mexe com os meus sentidos, como se tudo nele a gente tivesse vontade de experimentar. Não é amor, não é amizade, ele não é muito legal e eu não sei nada direito sobre ele. Ele é aquele tipo que a gente quer chegar perto. E era com ele que eu queria estar. Quebrei a minha promessa e o trouxe aqui. Minha casa, meu mundo, minha cama, meu bom lugar para ler um livro e ele. Não lembro o que a gente conversou. Lembro das músicas que a gente ouviu…e lembro que eu queria que ele ficasse. Os sorrisos eram na hora certa. As mãos sabiam sua hora, seu lugar e aonde ir. Eu estava apaixonada. Eu estava apaixonada por mim…por ele, pela música, pelo vinho, pela minha cama que estava maravilhosa, pela graça dos detalhes, pela sutileza de duas pessoas que queriam estar juntas naquele momento. Dormi com preguiça de acordar e sem saber por que eu tinha que levantar. Fica mais? Passa o dia comigo? Por que ele tem que ir?

Os dias passaram e eu o queria de novo. E de novo. E de novo.

Achei esquisito não ter aquela sensação de que algo estava faltando. O comparei com o TOP, e tinha certeza que o TOP me provaria por A+B, que ele sempre foi o maioral e que sou facilmente influenciável por olhares lindos e momentos apaixonantes, que o outro me deu.

Daí que fui encontrar o TOP. Foi tudo TOP. Tudo perfeito. Era ele, gente! Nessas horas eu sempre tenho certeza de que ele é o amor da minha vida e que isso não vai mudar nunca. Só teve UM problema: foi a primeira vez, com ele, que senti que estava faltando alguma coisa. Quero ir embora dormir sozinha.

Quero meus dias frios de volta.

VIDA: PARTE 2

Depois dos 40 a boa notícia: que sociedade, que nada. Não é ela que banca suas ideias, não é ela que enxuga suas lágrimas, não é ela que conhece suas carências. Você passa, finalmente, a ser dona do seu desejo.

Estou há meses tentando descrever como é chegar à segunda parte da vida: os 40 anos. Até que li esse ótimo (supracitado) texto da Martha Medeiros.

Das certezas que adquiri até agora posso dizer que adoro assistir aos Simpsons (e é o que está na TV agora) e milhares de séries americanas. Coca-cola é a melhor bebida do mundo. Os Beatles são a melhor banda do planeta. As Pontes de Madison foi o filme que mais me fez chorar. Woody Allen é meu diretor favorito, mas há sempre algum momento da minha vida que preciso assistir algo do Almodóvar. Gosto de faroeste. Prefiro os vilões, mas quero me casar com um mosqueteiro. Curto rock. Não gosto de cerveja. Não sou ambiciosa. Adoro conforto. Adoro gastar. Adoro ganhar presentes. Não gosto de dormir fora de casa. E como tenho preguiça…

Nada disso vai mudar.

No entanto, o mundo gira e a gente se transforma. Virei mãe, virei escritora, virei professora. Virei dona de casa, virei adulta. Ando cuidando da saúde. Ando me preocupando com a pele, rugas, flacidez, qualidade de vida. Aprendi a gostar de praia e verde. Passei a tomar remédio pra ansiedade, fiquei mais tolerante, mais tranquila, mas não há remédio no mundo que acalme meu coração quando está apaixonado (também achei essa frase brega). Também passei a achar as pessoas mais bestas, mais narcisistas, mais covardes. Por outro lado, fiquei mais sensível às pessoas de bem. Elas existem. Pode ser que eu mude de ideia amanhã.

Problemas da humanidade não me pertencem, só faço parte dela. Todo mundo é egoísta. Antes eu achava que uns eram mais, outros menos. Hoje não vejo mais assim. Acredito que a diferença entre um egoísta e outro é que uns sabem que são, e outros não. Nossos erros são sempre justificáveis, dos outros não. A gente sabe o que faz, os outros não. Toda tartaruga tem que ser um cachorro, quando a gente precisa de atenção.

Sabe que outro dia me chamaram de velha? Não, não foi simbolicamente. E foi com a mais perfeita intenção de agredir. Mas, pensando bem, sempre fui velha, desde (mais ou menos) os 25 anos, quando meus amigos de infância foram sendo substituídos pelos mais novos, sem filhos e não casados. Mas, desta vez, foi o primeiro momento que me senti velha fisicamente. Sad but true.

Sou meio infantil. Não sei em que parte, mas bom humor sempre foi uma característica. As pessoas envelhecem e param de achar graça em qualquer graça. Não sou brincalhona, não faço piada de tudo, mas acho graça do que tem graça, de graça. O mundo deveria ter mais pessoas como eu. Ou como você. Envelhecer é obrigatório, a graça da vida é opcional.

Bem-vindo à minha segunda parte.

Ronaldinho, meu amor…

Veja bem, não tenho absolutamente nada contra jogadores de futebol, e acredito, sinceramente, que você seja uma pessoa linda por dentro, mas tenho certeza que minha cabeça está completamente fudida a partir do momento que sonho com você como amor da minha vida.

Sabe, trabalho para o Governo do Estado do Rio de Janeiro, e esta semana foi puxada, querido. Sou professora. Ah… sabia não? Pois é. A gente tá lá dando aula, não sei muito bem por que, não sei muito bem pra quem, não sei muito bem como. Se já não bastasse todos os problemas que temos, Governador agora mandou todo pessoal de “apoio” ir embora. Então, agora é noiz sozinho, tudo junto e misturado. Abriu a porta dos desesperados. Falta gente pra limpar, pra cuidar das crianças pelos corredores e pátio. Só não falta gente pra tomar conta da vida da gente, porque assim seria demais, né?

Há mais ou menos uns dois anos tô medicadinha. Aluno manda geral tomar no cu e quer mais que você, sei lá, morra. Mas Governador quer resultado. Vamu lá, galera! E não faz greve não, vagabundo. E não passa o moleque não, pra você ver só. A mãe quebra a escola, manda todo mundo se fudê e Governador tira (mais) seus direitos. Corna. Toma esse remedinho! Não infarta, não!

Amor, desculpa, mas queria ter sonhado com o Gianecchini. Desculpa mesmo? Sério. Você é uma pessoa linda, maravilhosa, e merece alguém que te ame de verdade. O problema não tá com você, tá comigo…

Deixa meu sonho, vai? Deixa outro amor entrar. Tô aqui só pelo dinheiro.

<3

Com que livro?

Outro dia fui à livraria com Marina. Não é um habito, e para falar a verdade, não sei o porquê. Geralmente leio por indicação ou por algum tipo de curiosidade. Mas, como escolher livros infantis? Antes, procurei resenhas pela internet, perguntei a alguns amigos, mas como fazer para entrar numa livraria e não ser arrebatada por aquelas capas lindas da Disney ou as milhares de versões dos irmãos Grimm?

Ano passado a escola pediu um livro para o “Papai Noel” dar de presente a Marina. Comprei um lindo livro de capa dura do Ursinho Pooh, com historinhas fofas, educativas e ilustrações impecáveis. Ela adorou, claro. Daí que este ano resolvi leva-la à livraria para escolher. Ela queria a Barbie, a Branca de Neve, Hello Kitty e aqueles com brinquedinhos. Eu, com meus “50 tons” debaixo do braço, talvez fosse meio hipócrita tentar afastar minha filha de toda essa popularidade enlatada que vem de fora. BUT, a grande diferença entre mim e aquela mocinha que me acompanhava é que EU sei o que estou lendo, e ela não.

Entrar numa livraria com criança é o mesmo que entrar numa locadora e procurar filme nacional. Enquanto ela não desgarrava da Barbie & Cia, fui para seção dos nossos autores. Antes, acho essencial que fique BEM CLARO que acho super boring o discurso “viva cultura nacional!”. TODA leitura é válida, porque com o tempo a gente quer mais, fica mais exigente e crítico. O “problema” dos autores de língua portuguesa é que eles são maravilhosos. Não é para qualquer leitor. Tem que ter vocabulário rico, sensibilidade à criatividade, ler nas entrelinhas. Além das raras exceções, não dá para cair de paraquedas. A gente precisa antes gostar da Branca de Neve, ler quadrinhos (sempre), Capricho, Júlia, Sabrina, Bianca, horóscopo, tudo. O bom e o ruim. No entanto, cá entre nós, já não consumo o bastante? Minha filha não quer mochila, toalhinha, sandália, bolsinha, lanchinho, fitinha, filminho, não sei mais o quê, da Emília ou da Narizinho. No máximo a Mônica é legal, mas o high socity é a Barbie, Monster High, Polly, e eu quero mais é Coca-cola. Então, poxa, vamos dar um break?

Não precisa de curso na França para ler um livro infantil nacional. Se você procurar, há histórias fofas e ricamente ilustradas. A criança julga, sim, o livro pela capa. Infelizmente ela (no meu caso a experiência é com meninA) não vai trocar o brilho gloss das princesas e fadas pelo Saci Pererê ou qualquer personagem do nosso folclore. Mas ela vai se interessar por todo colorido que uma história tem para dar. Não adianta eu comprar uma bananeira no lugar de um pinheiro no Natal, e nem quero. A leitura tem que ser é prazerosa. Devo abrir outros caminhos para ela, orientá-la por outras direções, ter outras perspectivas, mas para ela querer, se animar, ela tem que se interessar, achar atraente.

No final das contas escolhemos “Histórias de bruxa boa”, da Lya Luft. Na verdade ela ACEITOU, já que fora contrariada… queria era mesmice. Contudo, em casa, ela ficou entusiasmada com a novidade e ficava ansiosa a cada historinha. Adorou as bruxas más e rabugentas: Cara de Janela e Cara de Panela. E toda hora me pedia para reler.

Lya Luft

Não acertei ainda comprar livros pra minha sobrinha de 9 anos. Ano passado lhe dei “O Pequeno Príncipe”, achando que ela se encantaria…afinal, é um clássico. Mas, ela nem tchum. O livro está, inclusive, aqui em casa. Nem levou. Houve outras tentativas que também fracassaram. Esse vai ser outro capitulo que vou ter que estudar.

Manuel Bandeira

Canção do vento e da minha vida

O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria as flores…
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.

O vento varria as luzes,
O vento varria as músicas,
O vento varria os aromas…
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De aromas, de estrelas, de cânticos.

O vento varria os sonhos
E varria as amizades…

[…]

O vento varria os meses
E varria os teus sorrisos…
O vento varria tudo!
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De tudo.

Cinquenta tons de cinza

Taí um livro que você ama ou odeia. Decidi ler, porque não aquentava mais a curiosidade: quem seria esse tão misterioso Christian Grey que as mulheres não param de falar? O que tem de tão sensacional neste livro que tem causado tanta polêmica? Acabei de ler o primeiro da trilogia, e acho que consegui resumir minha impressão numa única frase: o protagonista é um príncipe que FODE. Aliás, que fode COM FORÇA.

Ora, o livro não é nenhuma obra de arte. É meio mal escrito ou, talvez, mal traduzido. Cheio de clichês… O que me lembrou romances que lia quando era adolescente. Todos lindos e inteligentes. Aliás, a mocinha acaba de se formar na faculdade e ELE é um multimilionário lindo de morrer. No entanto, esse gatchenho fofo é um leão sadomasoquista, que cisma com ela, sabe-se Deus lá o porquê. Totalmente hipnotizada (periquita pegando fogo), ela aceita ou não ser submissa a esse homem lindo, que lhe enche de presentes e sexo sensacional? “Proposta indecente” com Robert Redford é molinho. Foi o que pensei.

Se você é feminista, não leia o livro. Se não se envolve com clichês e um texto meia-boca, também não. BUT, se você adora suspirar pelo príncipe encantado que FODE, a hora é essa. Ele é lindo, multimilionário, atencioso, protetor e QUER VOCÊ SÓ PRA ELE, legalmente, inclusive. Casamento? Não. Ele quer que você seja DELE. Se obedecer, ele recompensa com prazeres inimagináveis… mas, se não…é castigada. Muah!

De quebra, ele é loucamente apaixonado por ela. Droga, queria que fosse por mim. Claro que ele não é muito certo da cabeça, tem um passado misterioso e é cheio de merdinha, mas GENTE, eu quero ele pra mim, e é isso que TODAS QUÉ quando lê o livro. Esqueci dos clichês, dos tapas (de cinto!) que levou na bunda por desobedecer, e, claro, meu lado feminista. Mas, cá entre nós, é um ponto de vista interessante. O que as mulheres querem afinal? Será que no fundo é disso que gostamos? Sofrer? Não. Dor física? Não. Alguém que consiga dominar todos os nossos sentidos? Ai, ai, ai. Ao invés de sonhar com famosas cenas de amor, agora sonhamos/imaginamos/idealizamos aquele homem apaixonado que Adora. Foder. Com. Força.?

Olha, acho que isso é uma boa notícia, viu? Pensem nisso.

monte carlo tv festival 090610