Querido Diário #55

Ora, querido, há algum tempo não nos falamos, mas acredito que você me entende. Bem, alguém nessa vida tem que entender, porque tem sido difícil explicar qualquer 2+2 ultimamente. E esse mérito intelectual nem é só meu. Dias difíceis para quem vê o óbvio.

Durante todo esse tempo pensei em te atualizar com um monte de nada que aconteceu, e achei melhor evitar a fadiga. Eu bem poderia agir como qualquer pessoa do planeta: fazer um lindo discurso vazio. Ou um péssimo discurso vazio. Ou um discurso de ódio bem, bem vazio. Como decidi apertar o MUTE, fiz isso por você também. Quem sabe, o vazio pro outro sou eu, não é mesmo?

Lembra daquela dor de cabeça que me atormenta? Aquela que ainda não entendi o critério para aparecer. Ela tá aqui, e minha filha está com o som nas alturas. Poderia usar toda minha autoridade e poder de mãe, e mandá-la abaixar a porra do som… Mas, até para ter autoridade a gente tem que saber o momento. Tenho esses minutos de sabedoria às vezes.

Tô muito cansada. Faz tempo. Mas, antes eu podia responder em liberdade, né?

Volto amanhã, tá? Hoje vim te dar um oizinho, afinal, estamos aqui em um novo lugar. O que achei meu por aí, coloquei aqui como um arquivo. Aliás, acho que devemos falar sobre ele um outro dia.

A gente podia combinar de parar de mudar tantas vezes de lugar para conversar. Mas, primeiro a gente precisa voltar a ter assunto. Acho que assim como me afastei de tantas situações, também me afastei de você.

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