Rapaz, eu sento aqui sem a menor noção prévia do assunto a ser escrito. Estou fazendo algo que nunca fiz na vida, que é escrever diretamente no editor do WordPress. Tive até a pretensão de comparar essa emoção à sensação do “quem sabe faz ao vivo”… mas, a verdade aqui é puramente um “se vira nos trinta”.
Calma, querido, não estou enchendo linguiça. Também detesto aqueles textos que são introduzidos por “a tela está branca e não sei o que escrever”. Pura tentativa de “gatilho” pra imaginação. Já fiz isso várias vezes, e reconheço quando fazem também. O resultado geralmente é um texto morno, que, se tivermos sorte, de repente, melhora no final.
Mas, então por que estou fazendo isso, né, meu amigo? Porque não é a tela branca que é novidade. A novidade é o ao-vivo-se-vira-nos-trinta e contaí como foi o seu dia, porque você já tá falando pra todo mundo que seu blog está funcionando.
Não parece, mas é pressão demais sob uma subcelebridade esquecida. Pois é, tenho essa sub-arrogância célebre, porque um dia (há anos, tá?) fui pesquisar um texto meu no Google, e ao digitar apenas o meu primeiro nome (Danielle, ora), autocompletou com “Winits”, “Means” e “Steel” como opção AND nessa ordem.
Pensou que a metidez era pelo Jô, né? Nã. Aparecer como opção na busca do Google dá uma sensação de, sei lá, sou foda.
No entanto, hoje em dia posso botar meu nome inteiro e é difícil até achar resultado.
A verdade é que a internet era ótima para escrever. Isso foi há mais dez anos. Eram textos leves, bem humorados, éramos mais novos, não tínhamos filhos… Ora, querido, não me olhe com essa cara de quem não envelheceu… sabíamos que um dia usaríamos essas frases saudosas.
Hoje em dia quase não tenho seguidores nas minhas redes sociais. Primeiro, porque são privadas, e só autorizo se for um amigo ou amigo de um amigo. Mas, pelo menos 1/3 desses seguidores são amizades que fiz na época que eu escrevia. Alguns nunca vi pessoalmente, mas estão na minha vida mais do que qualquer vizinho. Outros, quase não nos falamos, mas há taaaaantos anos nos acompanhamos que criamos laços afetivos. Alguns lembram de quando falei no meu blog, que estava grávida. Outros lembram do dia que descobri que “É uma menina!”. E a cada ano todos nós lembramos “como se fosse ontem”. Ontem há 13 anos! Igualmente acompanhei namoros, que viraram casamentos. Formaturas e o primeiro emprego! A saída da casa dos pais! Testes positivos de gravidez, aniversários dos filhos, o primeiro dia na escola. E assim como nos alegramos juntos, também ficamos com o coração partido quando algumas portas se abrem.
Aliás, abrindo um parêntese, que tem a ver com o assunto, mas já aproveitando para encerrar nosso papo de hoje: não tenho a menor afeição às portas. As portas são feitas para permanecerem fechadas. Se elas abrirem, meu amigo, é pra dar alguma m*rda. Ou alguém vai sair ou alguém ficará trancado. Dizem que quando Deus fecha uma porta, ele abre uma janela. Por quê? Se a janela me dá a vista de quem está livre lá fora. E se a porta foi fechada para eu não entrar, tenho nem idade pra pular a janela. Já achei que Deus fosse muitas coisas, mas sádico Ele não é. Mas Ele abre outra porta! Vamos parar com esse looping infinito neste exato momento.
Guarda aí pra você uma frase que aprendi com a vida: o porta que Deus fecha, ninguém abre. Ah, mas não abre MESMO.
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PS: antes de publicar esse texto, olhei para TV e estava esta tela de descanso:
É, querido Diário… Pensou o mesmo que eu né? Deus abre é caminhos.
Entre blogs e sites, idas e vindas, sou uma das que te seguem há mais de 10 anos. Que maravilha poder te ler de novo com tanta frequência! É muito bom me reconhecer nos seus textos. Num momento de dias e futuro incerto, pedacinhos de presente e passado. Espero que esteja bem. Bjinhu
Que maravilha de comentário! E muito obrigada por ainda estar aqui. <3