Pois é, me julguem. Perceber os pequenos detalhes do cotidiano foi o que o universo me disse pra fazer esses dias em casa. Olhei essa caneta de unicórnio e achei HÍPER.
Ahhh, gente…tudo isso é muito estressante. É o fazer nada com o coisa nenhuma, cheios de coisa para fazer. Agora entendo perfeitamente o que Dilma quis dizer com não se trata de 30%. É 30% de 25%, que é 7,5 ou 12,5% de 30%. Tá cristalino pra mim.
Agora tem a modinha do Home office, né? Digo agora, porque agora chegou àqueles que nunca imaginaram que um dia precisariam. Que é levantar, e, quem sabe, lavar o rosto, e, quem sabe, escovar os dentes, e, quem sabe, trocar de roupa. Deve ter um monte de gente por aí ensinando como manter o ritmo em casa. Levantar de bom humor, abrir as janelas, tomar um banho, um bom café e sentar para começar a trabalhar. Seria lindo, se eu achasse que faz algum sentido tirar a camisola. Reunião on line? Só botar uma blusa por cima (vai aparecer em todas) e soltar o cabelo. Enquanto isso Marina aumenta o som, a makita do vizinho não para e é o carro do ovo na rua. Não vou divagar sobre o apocalipse que a gente tá vivendo, mas nem silêncio que deveria estar nas ruas a gente consegue.
Aliás, mudando de assunto, Marina esses dias entupiu os dois ouvidos com cera. Como? Não limpa há quantos anos, vidinha? Minha filha tem 13 anos… Já era pra se virar. Mamãezinha vira o demonho, né, riqueza?. “Me leva ao médico, mãe”. VOCÊ NÃO ESTÁ ENTENDENDO O PORQUÊ A GENTE NÃO SAI DE CASA HÁ 40 DIAS, AMORZINHO DA MAMÃE? Aqui é psicologia do trauma. Tenho uma frase maravilhosa, que vou mandar emoldurar: “TODA INCOMPETÊNCIA NESTA CASA SERÁ CASTIGADA”. Senão daqui a pouco cresce e vota no Bolsonaro.
Nossa relação não é difícil. Fico no quarto, ela na sala. A propósito, uma coisa que ela nunca gostou na vida é do quarto dela. Olha que já fiz de tudo do jeito que ela queria. Mas, tá lá às moscas. Não fica nem se eu oferecer dinheiro. Aliás, resolvi o problema do ouvido com uma seringa e soro fisiológico. Receita que peguei na internet. Que, aliás, de novo, deve estar bombando de receitas caseiras.
Em dias normais, tento manter um tempo “mãe e filha”. É um momento da noite onde não mexemos no celular e escolhemos uma série pra assistirmos juntas. Essa necessidade surgiu, porque quanto mais independente ela fica, mais consigo um tempo para mim. Tempo para mim é não conversar, já que falei demais o dia inteiro, e só quero tomar um banho e dormir. Daí que um dia me dei conta que não é assim que funciona. Aliás, não é assim que eu quero que funcione. Então, separamos um momento pra nós.
Mas, aqui. Em quarentena dá não. Fica lá, que eu fico aqui e a gente vai se falando no meio. Tem mistério nenhum. Amanhã é tudo de novo.