Dia desses estávamos eu e minha filha tentando comprar um sorvete no shopping. Fomos aos três quiosques do McDonald’s e não conseguimos. Um, porque a gente tinha que enfrentar junto a mesma fila com as 150 mil pessoas que tentavam comprar seu lanche. No way. No outro, vazio, o computador não estava funcionando. No último, lotado, na nossa vez, fechou um caixa. E, também na nossa vez, o outro caixa fechou, porque acho que acabou o sorvete do planeta.
E eu estava como? De boa.
Na farmácia, uma fila quilométrica. Sabe farmácia pequenininha de shopping? Então. Quando cheguei, finalmente, ao caixa, adivinhem? Não fechou, porque era único, mas o sistema saiu do ar e ficamos ali esperando. Se Marina não me pedisse todos os doces expostos, eu diria até que eu estava imune ao universo. (E estava quente, hein?)
Não sei qual é o meu critério, mas sou absolutamente capaz de ver o mundo se acabando e ficar lá quieta esperando. Acho até que é por isso que sou uma pessoa fácil de lidar. E é daí que vem a impressão equivocada de que sou uma pessoa de boa convivência. Porque uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa. Quase nunca sinto algum tipo de necessidade absurda de falar tudo que eu quero, na hora que eu quero ou pra quem eu quero. Mas, no dia que eu CISMO, meu amigo… é um estrago. Eu falo é de um tudo, sem usar UM palavrão. Se bem que… “foda-se” é palavrão?
O única pessoa no mundo que conhece meu termômetro é Marina. Nem minha mãe sabe. Aliás, nem eu.
Mas, conseguimos comprar um sorvete. Não era bem o que ela queria, mas, como eu disse: eu estava de boa. No máximo fiz uma carinha de deboche, que pra quem sabe ler é “parabéns, vocês são horríveis”. Acho que ninguém notou. Só Marina que riu muito.