Se existe alguma coisa que faço bem é refletir sobre a minha vida, principalmente na hora de dormir. Você, que tem insônia, sabe do que estou falando. E nessas infindas reflexões, sempre há o momento “o que fiz para merecer isso?”, “como assim a gente colhe o que a gente planta?”, “como que nasceu uma vaca desse ovo?”.
Aí, a gente vai pras redes sociais e tem um monte de gente boa dialogando cazinimiga. Não há nada mais pavoroso do que “tudo que me desejas, te desejo em dobro”. Claro que o recado foi pro suposto recalque que tem inveja de sua vida abençoada por Deus. Ou seja, enquanto o recalque quer que você tenha uma dor de dente bacana ou morra, tomara que ela morra também, mas, sei lá, eletrocutada. Bem feito. Deus está contigo.
Aliás, Renato Russo já dizia que “Deus está do lado de quem vai vencer”. Acho a frase reflexiva, e talvez seja um ótimo tema para redação, mas eu não tô entendendo essa bagunça. Por que Deus prefere você? Por que Ele me daria uma casa e tiraria a do vizinho? Por que você acha que Deus é seu amigão e te dá preferência? Por causa da sua fé? Por causa da sua religião? Você é melhor que o outro em que parte? Não faz mal a ninguém? Nunca matou? Nunca roubou? Não cobiça nada do próximo?
Particularmente, vejo Deus como um amigo. Alguém que preciso conversar, porque sei que minhas palavras mal explicadas são bem traduzidas pelo meu coração. E acredito que seja isso que nos aproxime. Não acho que Ele me dê preferência em coisa alguma, e, às vezes, até reclamo disso. Ele nunca me dá nada que eu peço. MUITO difícil. Mas Ele me dá muitas outras coisas que eu nunca tinha imaginado que precisava. E sou muito agradecida pelo que não sei pedir.
Juntando tudo, cheguei a conclusão que a tão famosa Lei do Retorno funciona de forma completamente diferente do que eu vinha refletindo esses anos todos. Essa lei existe, com toda conspiração do universo. Tudo que você dá, você recebe de volta, mas preste atenção ao detalhe: você só recebe de volta TUDO que você NÃO SABE que está oferecendo.
Finalizo o ano de 2013 com a mais perfeita certeza do que estou dizendo. Muitos casais reclamam sobre a desigualdade do que é dado e recebido. Muita gente não faz com o outro, porque não gostaria que fosse feito com ele mesmo. A teoria é boa, mas vão pegar seu namorado, mesmo que você não pegue o de ninguém. Vão te desejar mal, mesmo que você não deseje a ninguém. Vão te roubar. Vão te machucar. Vão te ofender. Vão qualquer coisa que você nunca tenha feito. Da mesma forma que dar dinheiro/qualquer coisa a quem precisa, não te abre uma caderneta de poupança celestial. Ajudar, ser honesto, humilde, generoso etc., não é investir no seu futuro. Tentar ser uma pessoa melhor a cada dia é maravilhoso, edificante, mas não dá estrelinha no céu.
Na semana de Natal, comprando presentes, escolhi para minhas cunhadas uma sandália de dedo, estilo Havaianas, mas com lacinhos. Achei LINDAS. Quis comprar uma pra mim, mas não dava ($$$$), porque eu tinha outros compromissos. Daí, que ontem fui encontrar uma amiga queriiiiida demais, e ela resolveu me fazer uma surpresa, de uma piada antiga entre nós e me deu um presente. Era uma sandália de lacinhos! Ri demais! Não só pela piada, mas ela nem imaginava que era uma daquela mesmo que eu queria e não deu pra comprar! E foi ela, de tão longe, que trouxe pra mim.
Nada disso se trata de sandálias que dei e recebi. Aliás, você, que é inteligente, sabe disso. Em 2013 eu tive vários exemplos de que a gente não sabe absolutamente nada sobre o coração das pessoas. Nem adianta desejar bem prazinimiga tudo. Não é dando que se recebe. A gente não colhe o que a gente planta. Várias vezes já plantei alface, mas fui lá ajudar a colher laranja. Voltei e minha alface estava toda estragada. QUE PORRA! Você aí da laranja pode não ter se sensibilizado ou não soube ou não tinha mais laranja, whatever. Eu planto tudo de novo, dá um trabalho danado, mas na minha porta vai aparecer o outro lá que plantou qualquer outra coisa e veio me dar porque lá estava sobrando ou só pela gentileza.
2013 não foi um ano perfeito, mas foi um ano bacana. Não saberia dizer o que seria um ano exatamente perfeito, além do fato de poder dar conta de tudo que podemos fazer.
Não sou de reclamar muito com Deus, não, mas tem dia que “Não é possível que o Senhor não esteja vendo isso!”. Daí que Ele deve pensar o mesmo de mim. Ainda bem que entende que é difícil isso de ler em linhas tortas, né? Porque, OLHA. Tem dia que tá puxado.
Que fique bem claro que este post não tem compromisso algum com a verdade. Acredita no que eu digo quem quiser.
Que venha 2014, cheios de coisas (boas!) que eu não sei, não quero saber, e tenho raiva de quem sabe.
“Tudo que você dá, você recebe de volta, mas preste atenção ao detalhe: você só recebe de volta TUDO que você NÃO SABE que está oferecendo.”
Faz sentido. Porque se nossa passagem aqui serve como aprendizado, receber de volta o que conhecemos não geraria ganho algum. Receber de volta o que não sabemos que estamos oferecendo nos faz tomar consciência, para o bem ou para o mal, e, portanto, aprender. Por outro lado o que a gente dá com plena consciência de que deve dar é, tipo, não fazer mais que a nossa obrigação. Será esse o segredo do universo?
Tenho uma teoria sobre a Lei do Retorno, mas agora vou ter que revê-la. Essa sua vai ecoar na minha cabeça algum tempo. Serião.
(Não nos precipitemos, mas talvez seja o caso de ligarmos para Paulo Coelho!) :-P
Vamos ligar! Acho que ele tem várias teorias interessantes!
(Sério!)
Mas só as teorias.
Chato esse negócio de a gente se encontrar pessoalmente uma vez a cada quase 8 anos, porque aí não dá tempo de conversarmos sobre essas teses profundas sobre a vida, o universo e tudo mais. Às vezes eu tenho insônia também.
Bom, se a sua teoria estiver certa, quer dizer que você me contou que fiz uma coisa legal só pra me sacanear? Porque agora que fiquei sabendo que o presente/piada velha era bem o que você queria e assim fez você feliz, essa boa ação que se tornou consciente não retornará para mim? Sacanagem.
Tudo bem, seguirei plantando lacinhos de qualquer maneira.
E que 2014 seja sensacional! Conte comigo no que eu puder acrescentar de sorrisos! Como disse uma sábia amiga minha, “é pra sempre. Mesmo que de vez em quando!”
Que nada, essa boa ação você não sabia dela. O ponto tá valendo! E além do mais, fazer uma piada é dar um presente… a gente fica feliz em vez o outro sorrir! Vc é uma acumuladora de estrelinhas no céu!!! ;-)
Chato mesmo isso de demorar a se encontrar e não ter muito tempo pra bater papo por horas seguidas, né? MAS ISSO VAI MUDAR! Tô orando pra Gol ficar mais sensível!!!
Beijo, irmãzinha! <3
Obrigada por compartilhar uma nova visão sobre essa tal lei do retorno, Dani. Eu acredito apenas em consequências, nunca em castigos. O enigma é ter tanta gente fazendo o mal sem sofrer consequência nenhuma e gente tendo consequências do que não fez. Talvez seja isso mesmo que vc falou, recebemos de volta o que não sabemos que enviamos. Um feliz 2014 pra vc e Marina, e todas as outras lindas que escrevem aqui no Amor Crônico. Beijão.
Pois é, Elaine…tb não entendo várias injustiças que vejo por aí (e aqui tb!!!), mas… Vambora continuar fazendo o q a gente sabe fazer de melhor… é a nossa parte.
Beijão pra vc! E Feliz 2014!