Mulher solteira (que não) procura

Costumo dizer que quanto mais o tempo passa, mais gosto de ficar sozinha. A gente que tem o próprio espaço, sem vínculos, sem dividir, estranha objetos não identificados. Não tenho hora, compromissos e posso deixar a toalha molhada em cima da cama. Ok, mentira, nunca deixo… mas isso não quer dizer nada. Tudo é uma questão de costume ou de se sentir bem do jeito que achar melhor.

Hoje li um texto do Ivan Martins onde ele nos atenta à sociedade (machista) que não gosta de mulheres independentes (feministas). Mulheres que não são dependentes do homem, emocional ou financeiramente, e que não são bem interpretadas. Ora, não gosto de falar sobre esse assunto, porque absolutamente ninguém acredita em ser feliz sozinho, e qualquer discurso de solteira vai ser despeito, frustração ou uma bandeira levantada, mas preciso deixar meu depoimento.

Mulheres solteiras são coitadas que ninguém quer. Ponto. TODAS. Não há NASA no mundo que pense diferente. É uma discussão tipo dar-no-primeiro-encontro, onde uma pessoa com um mínimo de informação e discernimento tem uma opinião madura a respeito, mas a gente sabe que no final das contas é tudo piranha.

Olhaí minha preguiça.

Entendam que meu sonho é ter uma vida afetiva, dessas assim que eu não precise enlouquecer o tempo todo. Talvez, em algum de seus livros, Freud explique justamente isso: gostar de ficar sozinha, não enlouquecer… Hã? Hã? Estão pensando junto comigo? Mas a sensação de estar apaixonada é maravilhosa e por isso não desistiremos nunca.

“Nunca ouvi qualquer mulher heterossexual dizer que não queria mais homens. Algumas não querem casar ou morar junto, mas isso é 100% diferente de recusar uma relação afetiva.”

Obrigada, Ivan.

Estou tão acostumada a ficar sozinha em casa, que quando estou com alguém, nunca lhe espero para jantar, por exemplo. E cá entre nós: que saco. Esqueci, ora. No meu último relacionamento ele me sugava tanto emocionalmente, que no segundo dia eu pensava: amo muito, mas que bom que vai embora hoje. MORRIA de saudade, mas três dias seguidos e eu já refletia sobre minha existência. Sério. Amaaaaava, como amava… mas viver junto nunca fez muito sentido pra mim. Com ninguém. Bem, não depois dos, sei lá, 17 anos.

Agora vamos imaginar eu, a encalhadona, falando tudo isso no meio de uma galera. Conto não. Melhor falar que dei no primeiro encontro, né? Pelo menos acreditam. Antes piranha do que virgem.

4 comentários

  1. Helena Silva disse:

    Gostei muito do texto.Parece que foi escrito para mim.

  2. Assim como o poeta, eu também acredito que é impossível ser feliz sozinho.

    Só não entendo essa gente limitada que acha que a única forma de não estar sozinho é estar casado ou mesmo namorando.

    Se existem mil e uma maneiras de preparar neston, para ser feliz, então, existem mil e duas, pelo menos.

    (Vou mandar o link desse texto pra geral. MUITO EDUCATIVO)

  3. Thaís Campos disse:

    Perfeito!!
    Infelizmente as pessoas preferem mesmo que sejamos ” piranhas ” a virgens ou solteironas. Parece dificil que entendam que querer estar só não é querer ser só.

  4. Luciana Amorim disse:

    To nesse barco. Otimo texto, me identifiquei.

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