“Lúcido é só um outro nome para louco. O louco tem a cabeça no lugar demais.” Martha Medeiros
Muito clichê começar um texto dizendo que viver é uma loucura? Estou há tempos tentando escrever sobre a minha (suposta) maior loucura EVER. Fico relembrando tanta coisa esquisita que já fiz, que não sei como classificar. Esquisita como? Ah, esquisita, ué. Tipo, uma vez saí correndo do Habib’s no meio da madrugada, um amigo viu e veio me perguntar o que havia acontecido. Eu disse que foi porque achei que um cara estava me seguindo e saí correndo pela rua tentando achar alguém conhecido. Ele disse “ah, bom…pensei que você tinha feito um pedido e saiu correndo para não pagar”. Oi?
Loucura é o quê? Pular de paraquedas, escalar o Everest, roubar um beijo, dar em lugares públicos, fugir de casa, o quê? Ah, gente, não sou de loucuras assim majestosas, mas todo santo dia sou acusada de louca. Eu sou a pessoa mais “normalzinha” que conheço: trabalho, cuido da minha filha, não faço peripécias, durmo cedo, sigo todas as regras, mas mesmo assim me enchem de mimos com adjetivos tão carinhosos: é de louca pra baixo. Ou seria pra cima?
Não sei qual poderia ser classificada a maior loucura da minha vida, só sei que tem que ter muito c* para ser louco. Tem que ter muita coragem para viver no meio de tantas jaulas abertas fingindo que está tudo lindo. Você vai entrar no zoológico com a jaula do leão aberta? Que louca. Louca, não… Ela sempre esteve aberta, meu caro. A diferença entre nós, loucos e lúcidos, é que nós, loucos, sempre soubemos disso.
Mas, a gente vai. A gente vai e foda-se, faz parte, viver é isso. Só não fique bêbado, porque é aquilo: a gente tem muito c*, mas também não precisa ficar esbaldando por aí.
Dia 21: A foto de uma das maiores loucuras que você já fez
Copa do mundo. A gente sai de casa pra comemorar e volta grávida. Fiz isso uma vez.
Eu sou super tradicional, conservadora, sossegada. Vivo minha vidinha sem cometer grandes loucuras. Aliás, loucura nenhuma. Bem boring mesmo. E sabe que às vezes acho que vou enlouquecer?! É tanto detalhe pra fazer, tanta obrigação pra cumprir, tanto protocolo… que tem dias que eu queria ter uma consulta no psicólogo, no psiquiatra, só pra ter certeza de que ainda está tudo no devido lugar.
É ISSO. Tem que ser muito cu pra ser louco!
(Aliás, parece tão normal, mas TER FILHO É MÓ VIAGEM)
Esse é outro capitulo!
Minha irmã tem um livro bastante interessante chamado “Louco por ser normal”, do autor Adam Phillips. Dentre outras coisas, afirma que loucura virou um termo banal frequentemente associado a coisas boas como criatividade, liberdade, sonhos, desejos, etc., o que leva muitas pessoas a não desejarem ser “normais”. Ou acaba que os normais, que trabalham, cumprem regras, são responsáveis e comprometidos são denominados loucos.