Dia 6: Uma foto que te dá saudade
Para quem hoje assiste “A turma do Didi” (ainda existe?), nem imagina a frustração de quem adorava Os Trapalhões. Primeiro, porque eles eram tudo que a gente tinha em relação à TV e cinema. E para TODAS as idades. Eu nunca iria imaginar que “Os Trapalhões na guerra dos planetas” era uma sátira à “Guerra nas estrelas”. Aliás, o que era “Guerra nas estrelas”? Não lembro de ter acesso ao mundo exterior. Não lembro muito da minha infância, mas lembro da ansiedade de assisti-los na TV, e mais ainda no cinema. Minha mãe ficava tão ansiosa quanto eu. Eles eram, ao mesmo tempo, desde nossa Xuxa até nossos George Lucas ou Steven Spielberg da vida.
Uma pena ter que lembrar do passado como se fosse o melhor de todos os tempos. Culturalmente tenho a impressão de que cresci em tempos melhores que minha filha. Fico lhe imaginando assistindo “Sítio do Pica-pau Amarelo” ou brincando de roda. Marina NÃO SABE cantar “Atirei o pau no gato”, gente. Um clássico! Bem, até sabe arranhar um pouquinho, porque ouviu não-sei-onde com não-sei-quem, que era amigo de não-faço-ideia. Mas saber, sabeeeeeeer, não sabe.
No entanto, mesmo um pouco nostálgica (e um pouquinho frustrada), devo reconhecer que com quatro anos minha filha tem acesso a muito mais informações do que eu quando tinha quinze. Complicado é conseguir manter um filtro que jogue fora o que não presta. Fico orgulhosa quando lhe ouço cantarolando algo que costumo ouvir, e morro de desgosto quando canta (AND dança!) pérolas como “Ai, se eu te pego…”. E penso: “quem me dera lhe ensinar só o que pode”. Mas, ainda bem que não posso! Ainda bem que existe um mundo muito além de mim e do que imagino.
Sim, sinto falta dos Trapalhões, mas vamos deixar isso para minha psicóloga ou para trocar ideias na próxima palestra sobre “a influência do passado nos dias de hoje”? Porque, sentir falta do passado… ahhh, isso eu não sinto não, senhora. Se minha filha quer cantar “Ai, se eu te pego”, que cante, mas que saiba a diferença/tenha noção do que é bom ou ruim. Não é para isso que estou aqui? Assistir aos Trapalhões era maravilhoso, mas passado só é bom pra gente saber quem a gente é. O lugar dele é no banco de trás.
Quem tem barco a motor, não insiste em usar os remos. Né, Renato?
Eu não sei se ainda existe Turma do Didi, só sei que se eu fosse Renata Aragão teria vergonha do programa! Os Trapalhões era outra coisa.
Não sabia q vc amava trapalhões tb!!!! Aliás, há uns 3 anos planejo me dar de natal o dvd com os melhores momentos, mas acabo desistindo…
Já tentou baixar??? Vai que?