Acredito que todo ser humano tem o dever de evoluir. A gente precisa crescer, melhorar, facilitar, se achar, mas odeio mudar. Mudar, para mim, só quando não está bom. Não troco o certo pelo duvidoso, porque me culpo pela incerteza e pela suposta má escolha. Não mexo em time que está ganhando. Não suporto a idéia, nem a mínima probabilidade de errar, mas é vital andar para frente. Sempre.
Já me apaixonei muitas vezes, porém, nunca me apaixonei por um determinado homem, assim, incondicionalmente. Todas as vezes me apaixonei pelo que ele é naquele momento. Quando ele cresce, meu amor amadurece. Quando ele muda, eu continuo apaixonada, mas pelo que ele foi, me tornando, inevitavelmente, uma pessoa saudosa e triste.
Quando eu era adolescente, tive um término de namoro que foi meio traumático. Eu não aceitava o fim, e durante muitos e muitos anos essa perda atrapalhou outros relacionamentos. Eu achava que nada mais ia me fazer tão feliz, porque ninguém era o suficientemente bom, o suficientemente bonito, o suficientemente educado ou suficientemente inteligente. Anos se passaram, e um dia nos encontramos por acaso. Ele continuava lá no pedestal, exatamente no mesmo lugar inatingível por mortais. Aproveitamos o encontro e fomos almoçar. Conversamos, rimos, brincamos…sim, foi uma tarde ótima, porém, quando nos despedimos e ele foi embora, eu sentei na calçada (acredite!), e me senti num buraco sem fundo. Quem era, meu Deus, aquele homem? Eu simplesmente não o conhecia. NEM ELE era mais o suficientemente bom, o suficientemente bonito, o suficientemente educado ou suficientemente inteligente. Foi assustador me dar conta de que eu fiquei ANOS da minha vida presa não a ele, mas sim à lembrança do ele ERA.
Acredito que amadureci ao longo desses anos, social e intelectualmente. Porém, emocionalmente ainda sou aquela adolescente insegura, instável, cheia de medos, que ainda chora quando não consegue explicar. Logo eu, tão agressiva com as palavras, tão decidida e segura das minhas atitudes. Eu, tão adulta, tão responsável, tão (escrota tão) EU!
Mas, cá entre nós, divagações à parte, claro que acabei dando (hein?) uns amassos nele de novo, porque uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Rá. Mas, lá estava eu achando tudo bizarro. Não me reapaixonei. Percebi que por mais que eu não me sinta à vontade com mudanças, andar para frente significa, definitivamente, deixar o passado para trás.
Embora eu já soubesse, lendo seu post lembrei de como eu tb fui presa a algumas paixões do passado, sempre tive tendência a amor plat6onico, a sonhar acordada, a suspirar pelo que foi tão bom um dia. A primeira foi um amor platônico da adolescência que eu nunca fiquei mas julguei ser o cara perfeito só pq o via todo engomadinho na missa, estudioso e trabalhador (anos depois fui descobrir que o cara foi pai aos 16 anos com uma mulher da vida hehehe). O segundo foi meu primeiro namorado de fato, que durou alguns poucos meses, que sacaneou comigo, eu terminei e continuei amando por anos… depois de um tempo tive um “remember” sem borboletas na barriga, toalmente sem graça. E muitos anos depois, o vi no Facebook, feio, magro, esquisito. Sim…. a gente evolui, e se livra dos fantasmas apesar das boas lembranças!
:)
Bjs
Há uns 3 anos me apaixonei. Ela era tudo o que eu queria. Olhava pra ele e pensava: “como posso me identificar tanto com alguém? Como alguém pode ser tão perfeito pra mim?”. Pois bem. Eis que ele acabou comigo e não quis mais nada – pelo menos nada sério. Mas eu continuei apaixonada. Muito. Tanto que, como você, também não conseguia achar ninguém suficientemente bom, bonito, inteligente, interessante.
Até que, dia desses, conheci alguém muito legal. No início, eu não o achava bom como o meu amor de sempre, mas algo me dizia que eu não deveria me afastar dele, e eu não me afastei. Ainda bem. Hoje não o comparo a ninguém. Entendi (finalmente) que cada um é cada um. Meu namorado atual tem seus encantos e defeitos. Alguns defeitos me remetem às qualidades do meu amor de sempre. Mas eu não sinto mais falta dele. O atual me faz tão bem, me deixa tão segura, é tão lindo, tão meu amigo, que não faz mais sentido procurar O e nem POR outro. Pelo menos não enquanto o encantamento durar. E, sinceramente, eu espero que ele dure muuuuito!
Sorte pra você! E boa evolução para todas nós! =)
Amém, Natasha! ;-)
Sensacional DE NOVO.
Clap! Clap! Clap!
É a velha síndrome do “eu te amo naquela fotografia”…
E como leitor velho e fiel de praticamente tudo que você escreve, queria saber se a gente pode conversar sobre o muleburra. Não sei se eu ia poder ajudar em algo, mas ia ser ótimo ouvir…
Claro que podemos, Rodrigo! Vou te mandar meu MSN por e-mail, tá?
Beijo!
Desde que eu me conheço como gente, tudo, mas tudo, em todo o universo, muda! Por que será que alguns seres acreditam que podem se dar “ao luxo” de retardar e/ou evitar isso?
A mudança é constante e obrigatória. No ciclo humano, por exemplo, nascemos pelados, sem dente (deve ser por conta do mamilo da mamãe) e, antigamente, careca (hoje, nem sempre posso dizer o mesmo). Devo falar mais alguma coisa?
rsssss… bjs…
Lembrei do q vc me disse outro dia… “quando a gente muda, o mundo muda com a gente”. ;-)
Beijo, beija-flor.