
Depois que minha filha nasceu passei a perguntar mais da minha infância a minha mãe. Suas lembranças se resumem às vezes que ela e meu pai foram parar em emergências, algumas pirraças no meio da rua, e situações embaraçosas. Hum…nada em especial. Nenhuma gracinha, nenhuma atitude de gênio, nada de tocar piano sozinha aos 4 anos de idade. Não era levada, nem bagunceira… Gostava de ficar quietinha assistindo TV e brincar sozinha. Outras crianças me irritavam, porque gostavam de me morder ou pegar meus brinquedos. Bem, acho que as coisas não são muito diferentes hoje em dia.
Nunca fui precoce. Demorei a andar, não gostava de estudar, e entrei tarde para faculdade. Não sou muito ambiciosa e nem tenho grandes sonhos. Tenho alguns desejos, necessidades, vontades. Uns maiores que outros, mas nada que não me dê uma segunda opção em caso de frustração. Dinheiro gosto muito, mas apenas para conforto, e nunca para ostentação. Tenho gosto pelo que é caro, porque reconheço o que é bom, mas nome para mim pouco importa…Minha vizinha, por exemplo, vende uns biquínis lindos! Levo uma vida simples, adoro sandálias de dedo… No entanto, apesar de fazer tipo, não pensem que calço as sandálias da humildade, não, porque apesar dos pesares eu sou fresquinha pra caralho.
O caso é que, pensando na minha vida, a princípio me senti acomodada. Mas a verdade é que sempre precisei de um motivo para acreditar em alguma coisa, ou de um estímulo ou de algum sentido. Eu detestava escola, porque não via de que forma aquilo poderia servir para minha vida. Tinha que estudar para ser alguém. Tá bom, mas ser alguém quem, cara-pálida? O que é ser alguém? E quem foi que disse isso?
Bem… Hoje em dia não posso me dar ao luxo de ter crises existenciais. Hoje sou responsável por outra vida, e hoje me cobro por ter me acomodado a ser apenas eu. Fico pensando porque não fui um daqueles gênios precoce ou porque não enfiei a cara no caderno e tentei ser alguém que soubesse fazer muito dinheiro, e hoje, aos 34 anos, poder ficar mais descansada quanto ao futuro da minha filha.
Mas graças a Deus que tudo que é mais importante vem de graça: saúde, amor e formação de caráter. Isso nos permite correr atrás do resto. Contudo, continuo achando que dinheiro é algo que só traz conforto, mas quando passamos a ver o mundo desse ângulo que vejo agora, sentimos o peso de precisar proteger nossos filhos da falta de educação, da falta de justiça, e da falta de oportunidades.
Continuo também sem grandes ambições… Ainda almejo a vida simples, a casinha branca de varanda, um quintal e uma janela, para ver o sol nascer… Mas não conheço UMA mãe que não consiga dormir sossegada com as crianças na escola, a geladeira cheia e o plano de saúde em dia. Conseqüentemente, a gente não quer só comida, a gente quer bebida, diversão, balé. A gente quer a vida como a vida quer. E isso nem é querer muito. É?
Toda criança tem direito a proteção especial, e a todas as facilidades e oportunidades para se desenvolver plenamente, com liberdade e dignidade.
Eu nunca quis mudar o mundo… Acho que vou deixar isso para os gênios… No entanto, agora tô começando a entender o que é fazer a minha parte. Eu acho.
(mas eu só faço a minha, hein?)
Sim… a gente SEMPRE quer o melhor para eles. É para isso que lá em casa lutamos pra tentar ter uma vida um pouco mais confortável…
beijão!!!
sendo repetitiva (não que eu ja tenha dito antes + porque todo mundo diz isso pra voces todos os dias aqui ou lá) -AMO O BLOG MULÉ BURRA
o TEXTO, bem o texto…sabe quando você lê algo que é tão você, que você não consegue entender, digerir, imaginar, como alguem que nem te conhece sabe tanto sobre você, e como é que alguem consegue escrever tudo aquilo que você nunca teve nem coragem de falar?????????
AMEI…VOU GUARDAR…PRA LER SEMPRE
Tenho um filho de 10 anos (Diego, tambem razão da minha vida… blá, blá, blá…leréia que vc conhece bem de mãe…rsrrsrsrrs), e sou exatamente igual como vc se descreveu…
rsrsrrsrsr
beijo
Parabens pelo texto
bom é olhar pra gente e descobrir tanta coisa boa que a gente, muitas vezes, sequer sabia que poderia existir, não é mesmo ?
assim como, meio que por acaso, achei seu blog, e sem querer, acabei adorando :) volto mais vezes !
Olá Danielle!Tudo bem? De carona pelos mares sempre navegáveis da net eu vim parar aqui e gostei tanto!Vc escreve de uma maneira gostosa de ler e a gente vai lendo tudo, desfiando letra a letra.Volto mais vezes. Posso?
Adoro ler o quanto ser mãe te mudou… acho lindo!!!!!!!!!!
A Marina tem muita sorte! :)
Dani!!!
Eu me identifico muito com esse seu espaço.
Com o amor pela sua filha, pelo seu jeito de encarar a vida. Eu já me identificava antes, agora depois desse post, mais ainda.
Eu também não almejo grande coisas na vida. Me sinto satisfeita por viver de uma forma confortável, ou seja, com tudo que eu queria conquistar e que hoje tenho, ar- condicionado, máquina de lavar, TV de 29″, computador, TV a cabo, ou seja, tenho muito conforto dentro de casa, e também me preocupo em não satisfazer todas as vontades do meu filhinho de 4 anos, mas sim, suas necessidades. E claro, sartisfazer um capricho de vem em quando não mata, né?! Rsss.
Tanto para as crianças, quanto para as mães (roupas, sapatos, acessórios!).
Não tenho grandes sonhos, só falta terminar minha faculdade e conquistar o meu carro…mas isso é a longo prazo, dentro da contabilidade, rs…no exercício seguinte. No máximo. Não está tão longe assim.
O que há de mal em não sermos ambiciosas? Eu vivo de forma mais tranquila assim. Não preciso matar um leão por dia para conquistar grandes sonhos e objetivos.
Deixa a vida me levar…vida leva eu…
Beijo!!!
hahahahahahhahahah nunca fui tão humilhada!!
Hahaha!!
Que bobagem.. Vc não é das mocinhas mais simpaticas..Vamos combinar né…rs!!
Mas curto o que é bom…acho que vc é um talento na escrita.. amo seus textos que sempre mexem comigo…
Aprendi assim a te admirar e a gostar de vc…
Mas dai a querer ir com a tua cara algum lugar…Já é demais ne!!
:’)
taí, Roberta…
tô aqui correndo atrás, mais que em qualquer época da minha vida, para conseguir alimentar os sonhos da minha filha…
:´)
e eu q achava q vc não ia muito com a minha cara…
(mas eu pensava q vc queria ir com a minha cara pra onde?) :-P
Beijo!
Ps…
Nao pare de escrever…
Entro aqui sempre pra ver o que vc tem a dizer !!
Parabens pelo Blog!!
Beijo
Mariiiiiiiiiiii
Que lindo seu comentario!!!
Dani ..seu texto é Perfeito..Meus pais sao separados desde que eu me entendo por gente.. e nao falo com ele a mtos anos…
A minha mãe se tornou advogada qnd eu ja tinha quase 10anos..e eu tive de tudo..Gracas a Deus..tb nao sou rica… mas, fiz cursos.. estudei.. viajei.. e sei que nao foi facil pra ela.. sei que nao foi facil criar 2filhos..voltar a faculdade por nós e trabalhar muito para nós dar o que quisessemos…
Tenho Orgulho dela e muito, porque sei que fez o melhor que pode…
Mas, quero pros meus filhos ( quando os tiver).. dar mais amor..mais sonhos.. e mais atencao…
Não há culpo por NADA..Mas, aprendi que trabalhar duro e fazer tudo para que eu tivesse tudo que o dinheiro pudesse comprar..nao é o suficiente …
Teria valido mais a pena se ela tivesse nao ido trabalhar um dia..ganhado menos e ficado comigo estudando ou brincando de casinha…
Faca sim a sua parte.. cuide para que sua filhota tenha tudo… Mas, nao esqueca de participar da vida dela…porque isso nao tem dinheiro no mundo que compre!!
Aff.desabafei! rsrs
minha mãe fala direto q naum dorme enquanto eu naum xego, o que eu axo um exagero, mas ela diz q um dia eu vou entender, e eu espero q entenda mesmo…
lindo texto!!!
bju
esse pessoal fica fazendo eu chorarrrrrr no trabalhoooooooo!!!!!
Oi Danielle!
Você parece muito comigo em alguns aspectos. Principalmente, em “não tocar piano sozinha aos 4 anos”. haha
Por outro lado, somos diferentes no aspecto sonho. Eu tenho muitos. O problema é que nunca sei o que fazer para começar a realizá-los.
Mas dinheiro é uma delícia. Eu queria ser rica. Não podre de rica, mas rica. Queria ter dinheiro sobrando para viagens o ano inteiro. Ou pelo menos, nos feriadões e férias. haha
Eu sei que é complicado criar um filho, ainda mais hoje em dia que tudo é tão caro. Mas não se preocupe tanto ou se culpe.
Minha mãe, assim como você, é mãe solteira. Ganhava pouco e, por isso, não realizei meu sonho de ser bailarina porque ela preferia pagar a escola particular do que depender da pública.
O tempo foi passando e as coisas foram melhorando. E, hoje, já tenho um pouco mais de “luxo”.
Para mim, minha mãe é uma vencedora. Não, ela não é rica, nunca foi um gênio e nem mudou o mundo. Mas deu o melhor dela por mim, muitas vezes deixando de fazer o dela para fazer por mim.
Ela, sozinha, conseguiu criar a filha dela.
Tenho certeza que sua filha sentirá por você o que eu sinto pela minha mãe: orgulho. ;)
Beijos
Passei apenas para deixar um oi. Gosto de gente que tem blog e que não se intimida com a exposição. Como sou muito curioso acerca da vida alheia, fico a bisbilhotar aquilo que os outros acham e dizem sobre as coisas. Como sou candidato a cientista social, um de meus interesses reside na relação indivíduo-sociedade. E fico a pensar na trama que envolve o dono do blog e seus leitores: recepção às críticas, construção de respostas, verdades ao sabor do momento escritas por conta da publicidade do site etc. Quão diferente é um texto de um blog do conteúdo de uma carta, p.ex. Passei bons anos de minha adolescência trocando correspondências com uma menina que havia estudado comigo, e isso nos conduziu a uma belíssima amizade. Acaso teria acontecido em tempos de internet? É possível trocar confidências através dos blogs, mesmo sabendo que todos podem lê-las?
De qualquer forma, redigir é expurgar, libertar alguns sentimentos, compartilhar decepções. Nisso o blog parece cumprir um papel importante — não somente para o autor, mas para seus leitores. Afinal, ler também é uma maneira de se livrar e de expressar algo.
Enfim, Dani, deixo a ti meu abraço e meus parabéns por sua iniciativa e coragem. E, como é de meu feitio, tento provocar-te a pensar nestas questões. Sim, pois aqui em Paris já são 04:58 da manhã e eu precisava, em silêncio, conversar com alguém.
Bendito seja seu blog…
Hey!
Eu assisti você no Jô!
Adorei!
Beijos.
Eu me lembro de quando era criança e ia várias vezes na semana tomar inalação em plena madrugada. Meus pais sofreram comigo.
Estou sempre atrasada, mas quero falar que semana passada eu vi o vídeo do Jô!
:D
oi, uma beijoca pra vc! Passei pelo mesmo processo e ainda estou me curando de uma dor de cotovelo que atualmente já me faz rir… Adoro o MB por que sou uma MB assumida rs! Um beijo.
PS: Como faço para ver a entrevista do Jô? bjs
Eu sou uma dessas pessoas que espera que você escreva. Passo diariamente pelos meus blogs favoritos e o LÉ-RI-BI tá lá, course!
E quanto ao post…
me deixou pensativa. Pensar na vida não é tão simples quanto possa parecer. Mas eu estou sempre cheia de planos. Plano A, B, C… Sempre que um deles não dá certo ou dá certo eu vou passando adiante. Acho que não conseguiria viver sem ter alvos a serem perseguidos.
Eu sou assim =)
vai parecer meio piegas o q vou dizer…mas a verdade é q o blog só sobrevive até hj pq sei que tem gente que espera que eu escreva …é o que me deixa aqui ainda…senão, o cansaço diário já teria me feito desistir há algum tempo…
obrigada para quem espera…obrigada pela paciência.
Como seria bom se todos pensassem assim…
p.s.: Como são longos os dias em que a Dani não posta aqui… [:(]
será que toda mulher qdo é mãe fica tããão pensativa assim?? rsrsrs
ótimo texto ;)
bjaooo
Essas coisas gratuitas e tão indispensáveis nos custam um dinheirão…
Os filhos nos fazem ver o mundo de outra maneira, com certeza!
By the way! Estamos tentando criar um super encontro de blogueiros. Topas?
Beijão!
Não adianta, dinheiro é necessário e ajuda a viver. Além de conforto, com ele compramos direitos que sem ele só temos pela metade, como educação e saúde. Ostentação e status só servem pra encher a vista alheia, e isso não me importa. Façamos nossa parte, que os frutos um dia a gente há de colher! Boa semana, Dani! Bjos
Eu sempre quis correr atrás das coisas para satisfazer meus desejos. Acho que nunca pensei que teria que ter uma profissão estável para poder criar possíveis filhos. Acho até que sou um pouco egoísta.
E não sei se faço direito a minha parte para melhorar o mundo…
Adoro o blog! ;)
Ah, Dani…
Se todo mundo fizesse a sua parte… :'(
É bom a gente perceber o que na gente é realmente importante. Eu (ainda) não tenho filhos, embora haja o desejo, mas desde sempre me cobro estudar, ter um emprego, dinheiro, porque, um dia, alguém dependerá de mim. Confesso que tenho tido um pouco de dificuldade de cuidar dessa parte de “ser alguém”. Também não entendo por que diabos é que eu tenho que ser alguém para as outras pessoas (refiro-me a profissão, emprego e essas coisas), quando eu já sou alguém para mim (refiro-me a valores essenciais, como honestidade e amor).
É complicadinho viver nesse mundo, né?
Beijos.
teu texto me deixou pensativa… pq nesse aspecto de simplicidade e poucas ambições, somos bem parecidas. Será que minhas crises só vão passar se eu engravidar? rs